Mata de São João se tornou, nesta quinta-feira (25), o epicentro das discussões sobre o futuro da cadeia produtiva do leite na Bahia com a abertura do 13º Encontro Baiano dos Laticinistas. Promovido pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite da Bahia (Sindileite), com apoio do Governo do Estado, o evento acontece até domingo (28), no Hotel Iberostar Waves, em Praia do Forte, reunindo empresários, produtores, fornecedores e gestores públicos.
A cerimônia de abertura contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, que destacou a importância estratégica do setor para a economia baiana. “Eu vim aqui para reafirmar o meu compromisso, o meu sentimento de importância, com a cadeia do leite, que estimula, fomenta a produção na Bahia. Eu sinto muito orgulho de ver uma cadeia que surgiu historicamente no Brasil, para que a gente pudesse ter sustentabilidade e alimentar famílias”, afirmou.
Dados apresentados no evento mostram que a Bahia é líder na produção de leite no Nordeste e ocupa a sétima posição nacional. Em 2024, o estado produziu 1,3 bilhão de litros, gerando um valor bruto de produção de R$ 2,5 bilhões e milhares de empregos em toda a cadeia produtiva. Atualmente, a Bahia conta com 160 laticínios, sendo 120 certificados.
Segundo o secretário da Agricultura, Pablo Barrozo, esse desempenho é fruto das políticas públicas e investimentos voltados ao setor. “Essa união com o Sindicato do Leite para buscarmos mecanismos de crescimento e maior produtividade é o que faz com que feiras como essa tenham grande importância. A parceria viabiliza o avanço da economia e abre caminhos para novos mercados”, afirmou.
O encontro já se consolidou como o maior do segmento no Norte e Nordeste, reunindo mais de 40 marcas do setor e cerca de 300 empresários. Durante quatro dias, os participantes debatem temas como políticas fiscais, acesso a crédito, modernização da produção, pesquisa e desenvolvimento, sustentabilidade e inovação tecnológica.
Para o presidente do Sindileite, Lutz Vianna, o evento é uma oportunidade de integração e fortalecimento da cadeia. “O Encontro já se tornou referência no calendário do setor. Ele representa uma plataforma estratégica de conexão, que favorece a troca de experiências, o alinhamento de ideias e a proposição de soluções conjuntas para os desafios da cadeia produtiva”, avaliou.
Dos 108 mil estabelecimentos rurais que produzem leite na Bahia, 82% pertencem à agricultura familiar. Para o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, fortalecer esse segmento é fundamental. “Temos um desafio de ampliar a capacidade de produção. É essencial qualificar o serviço de assistência técnica para ampliar a geração de renda e o potencial produtivo, sobretudo da agricultura familiar”, disse.
O 13º Encontro Baiano dos Laticinistas segue até domingo, reunindo palestras, painéis e talk shows que visam construir um futuro mais competitivo, sustentável e inovador para o setor lácteo baiano.