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Argentina 4 X 1 Brasil & Brasil 5 x 0 Golpistas: quando o placar diz mais que o jogo

No fim das contas, a diferença é que o vexame contra a Argentina foi só mais um nesta fraca e sonolenta seleção.

Por: Everton Carneiro
26/03/2025 às 21h56
Argentina 4 X 1 Brasil & Brasil 5 x 0 Golpistas: quando o placar diz mais que o jogo
Foto: Reprodução

Num país onde o futebol e a política disputam a preferência nacional com igual paixão e cegueira, o placar virou metáfora da alma coletiva. Esta semana, o Brasil apanhou de 4 a 1 da Argentina numa partida das eliminatórias da Copa do Mundo. Em campo, foi um passeio dos Hermanos, parecia um jogo-treino da Argentina.  

Enquanto isso, nos bastidores mais togados da República, o Brasil aplicava um sonoro 5 a 0 no Supremo Tribunal Federal, transformando o ex-presidente Bolsonaro em réu — não no campo, mas na arena dos crimes golpistas.  

É como se o universo dissesse: “Calma, Brasil, se de um lado você apanha no futebol, do outro você revida na Justiça.” Foi uma semana de goleadas: uma que sangra o orgulho esportivo; outra que alimenta a fantasia de que, no fim, a justiça tarda, mas chega — de terno, gravata e com voto fundamentado.  

O placar da partida foi uma dor no peito, mas o placar do Supremo foi um alívio na consciência cívica. Afinal, se no gramado nossos zagueiros perderam a linha, no plenário os ministros mostraram entrosamento: cinco votos a zero, sem VAR, sem prorrogação e com direito a dribles em narrativas golpistas.  

Quem diria que a Seleção Brasileira de Toga daria um show tão convincente, enquanto a de chuteira parecia perdida num jogo de várzea? E se a justiça não tem torcida organizada, que se diga: neste caso, teve aplauso em pé no sofá da democracia.  

No fim das contas, a diferença é que o vexame contra a Argentina foi só mais um nesta fraca e sonolenta seleção. Já o triunfo do Brasil no Supremo foi jogo de campeonato — daqueles que decidem se a democracia continua em campo... ou vai para o vestiário mais cedo.

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VictóriaHá 4 meses Valença-BA Enquanto a seleção brasileira levou uma goleada de 4 a 1 da Argentina, o Supremo Tribunal Federal aplicou um simbólico 5 a 0 ao tornar Bolsonaro réu por crimes golpistas. O texto contrapõe o vexame esportivo ao triunfo democrático, usando os placares como metáforas do momento nacional. A justiça, neste caso, marcou um gol decisivo em nome da democracia.
Rebeca da Paz Cavalcanti Há 4 meses Nazaré/BAO texto traça um paralelo genialmente criativo entre futebol e política no Brasil, contrastando a derrota humilhante para a Argentina com a vitória simbólica da Justiça sobre o golpismo. Enquanto de um lado há a frustração esportiva; do outro, o alívio democrático. Com ironia e lirismo, o texto evidencia que, enquanto a seleção brasileira perde no campo, a toga vence no plenário — e neste jogo, é a democracia quem precisa continuar jogando.
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Everton Carneiro
Everton Carneiro
Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia. Professor da Rede de Ensino da Secretaria Municipal de Igrapiúna. Pós-doutor em Educação (UFC); Pós-doutor em Crítica Cultural (UNEB); Doutor e Mestre em Teologia (EST); Especialização: Educação, Desenvolvimento e Políticas Públicas (FACIBA); Filosofia Contemporânea (Faculdade São Bento); Ética, Educação e Teologia (EST); Graduação: Geografia (UEFS); Filosofia (UNIPLENA); Teologia (Faculdade Batista Brasileira) e Pedagogia (Centro Universitário Cidade Verde). Membro do GEPERCS (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Religião, Cultura e Saúde); Professor Permanente do Programa de Pós-graduação Profissional em Intervenção Educativa e Social (UNEB – Campus XI). Professor Permanente do Programa de Pós-graduação em Gestão e Tecnologias Aplicadas a Educação (UNEB – Campus I). Coordenador do CEPICR (Centro de Estudos e Pesquisas Internacional em Culturas e Religiões). Líder do GPEARA (Grupo de Pesquisa em Estudos Africanos e Representações da África). Autor dos livros: "Mitologia Grega e Bíblica - Narrativas de transgressão; "Filosofia, Teologia e Poesia"; "Ética e Hermenêutica”; “Sobre, Entre e Para”; “Ensino religioso: política, diversidade, fenômeno religioso e práticas pedagógicas”; “Pílulas Freirianas”.
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