Em mais um caso alarmante de exploração laboral, quatro trabalhadores da construção civil foram resgatados em condições análogas à escravidão em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (BA). A operação, realizada nos dias 1° e 2 de abril pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho (SRT/BA), expôs violações graves de direitos humanos, com trabalhadores submetidos a situações degradantes.
Os empregados atuavam na construção de imóveis no bairro de Buraquinho, enfrentando condições precárias, como:
Alojamentos inadequados, Falta de instalações sanitárias e água potável, Armazenamento impróprio de alimentos, Ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs), Jornadas exaustivas.
Além disso, os trabalhadores não tinham registro em carteira e recebiam valores abaixo do piso da categoria, caracterizando também fraude trabalhista.
Este caso não é isolado. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, apenas em 2023, mais de 3.000 trabalhadores foram resgatados em situações semelhantes no Brasil. A construção civil e o setor rural são os que mais registram ocorrências.
Apesar dos avanços, como a Lista Suja do Trabalho Escravo (que expõe empregadores infratores) e a atuação de órgãos como o MPT e a Polícia Federal, a impunidade ainda é alta. Muitos casos são arquivados ou resultam apenas em multas, sem condenações criminais efetivas.